domingo, 27 de dezembro de 2015

O sentimento português: Saudade!



Consigo finalmente olhar-te. As palavras secam tal como a garrafa de álcool que permanece intacta, já sem tampa na mesa que toda a gente partilha, mas que ninguém fala. E então divago sobre as verdadeiras coisas da vida. É estranho não é?

As vidas seguem sem que demos por isso. E cinco meses passaram. E como o tempo passa. Quem me dera ver-te. Sentir-te. As saudades de algo completamente desconhecido apertam. As coisas caem. As pessoas mudam com o tempo. Os meus sentidos apuram e o tempo passa. E as incógnitas permanecem. 
Por onde andas, velho amigo? Quem cruza por entre os teus trilhos? Quem te segura? Quem te ampara? Quem te fala? Quem te ouve? E ambos terminamos as conversas das 4h da manhã, com uma saudade no peito.
E esta eterna saudade permanece. Porque nem sequer tentámos viver. Porque nem sequer tentámos ver. Que saudades velho amigo. Que saudades do teu velho beijo. Parece que desta vez nos reencontrámos. Uma e outra vez. Talvez destinados a este encontro/desencontro. Quem sabe se já não te vi por ai. Porque a tua cara aparece em todos os sítios, porque todos os gestos me lembram de ti. Sinto que te conheço. Sinto que tu me vês e é tão assustador, saber que há alguém que nos olha por dentro. Como quem bebe o teu sangue devagar, com um simples olhar. Com um simples sorriso. Os olhares que se perdem, as coisas que não consigo captar. As coisas que me dizes sem as palavras. Até já velho amigo. A vida chama-me para a aventura. 

Até já, com a saudade no peito.